Viagens para a América do Sul são sempre algo mais prático por sua proximidade, mas sempre surpreendem positivamente na jornada de cada um. Tanto por cultura, como por um povo receptivo e até pela natureza.
Isso tudo junto se torna ainda mais especial se o propósito da sua viagem for algo de tão valioso como um trabalho voluntário. E foi isso que a Giseli, 20, fez. Entre 30 de Dezembro de 2014 e 20 de Fevereiro de 2015, ela doou aquilo que não se compra, o tempo de cada um para se dedicar ao próximo. Seu destino foi para Lima, no Peru, onde ela trabalhou em uma casa com crianças abandonadas.
Veja o que ela nos contou:
Como você descobriu o curso?
Trabalho na Aiesec. Em um evento que teve para falar com pais sobre o que era a Aiesec, descobri o programa. Acabou que foi algo espontâneo, tive o contato de uma menina no Peru que trabalhava para a organização também e decidi ir.
Como achou moradia?
Fiquei em uma casa de família. Adorei a casa, era um pouco longe, mas a moça que me recebeu era muito atenciosa.
O trânsito era um caos lá e fiquei um pouco afastada geograficamente dos outros intercambistas, mas não foi algo que atrapalhou.
Como era seu dia a dia?
Eu passava o dia inteiro na Casa Lar Santo Antonio. Chegava as 9h da manhã e saía as 5h da tarde.
As crianças eram separadas por idades. Eu cuidava das que tinham entre 3 e 5 anos de idade. Elas moravam nas casinhas, cada uma com sua cama. Umas os pais iam visitar pois não moravam com eles ou por maus tratos ou falta de condição, e outras eram abandonadas ou tiradas da rua.

E a infra-estrutura era muito boa para elas, com uma comida super saudável. A casa era sustentada parcialmente pelo governo e parcialmente por doações.
Minhas atividades durante o dia eram com as crianças. Tinham 2 intercambistas por casinha.
Cada semana organizávamos algum tema para passar para elas. Focamos em algo mais cultural, como danças típicas, desenhos e usar mapas, e no final de cada semana elas faziam uma apresentação com o que tinham aprendido.
Tinha uma representante da Aiesec lá, que coordenava o projeto e acompanhava e organizava tudo. A coordenadora da escola nos ajudava com materiais para as atividades e nos aconselhava sobre elas.
O que fazia nos finais de semana?
Saía conhecer lugares novos. Turistava ou ía em eventos organizados pela própria Aiesec. Eram 40 intercambistas na cidade, sendo a maioria brasileiros. Então fazíamos algumas dinâmicas ou saíamos para conhecer algo.

Um desafio?
Ir e viajar sozinha. Ter que me virar lá sem conhecer ninguém. Apesar de ter uma conhecida minha que foi também, nós só ficamos mais amigas ao chegar lá.
Mas hoje, vendo tudo que passou e como foi bom, quero ir de novo.
A língua também foi um choque, eu falava espanhol básico quando cheguei, não sabia tanto assim. Aí a comunicação com as crianças foi um pouco difícil, não dava para fazer umas mímicas o que me forçava a aprender as palavras mesmo. Tive sorte de uma colega argentina, que falava um pouco de português e nos ajudava.
No final, tudo deu certo, pois o que as crianças mais precisavam era de amor e carinho.
O que mais gostou?
De conhecer outra cultura. Não pensei que iria me encantar tanto com o Peru. Porque além de ter tantas coisas diferentes para conhecer, desde neve até o deserto, as pessoas são muito receptivas.

Gostei tanto que quero voltar para lá, rever as crianças e o país. Fiz inclusive uma tatuagem de lhama para me lembrar dessa experiência.

Fiz amizades boas, uma delas vem inclusive para a minha formatura aqui no Brasil.

O que achou de trabalhar com as crianças?
Gostei muito. Mas no próximo projeto vou tentar um voluntariado com idosos, para ver a diferença desses opostos.

O que evitar?
Lima é uma cidade muito grande, então é bom ter os mesmo cuidados que teria como se estivesse em São Paulo. Cuidado com batedores de carteira, não pegue táxi sozinha e sempre recomendavam pegar motoristas de táxi mais velhos.
Dicas úteis?
São apenas 6 semanas de trabalho, eu fiquei 7 semanas e passou muito rápido. Minha dica é, que mesmo se depois de um dia de trabalho e você estiver cansado, durma depois para aproveitar tudo o que puder. O tempo é curto lá, cada dia muito intenso e você vai lembrar de tudo aquilo pro resto da sua vida. E no final das contas, quem faz a experiência valer, é você.
Valeu muito a pena. É um diferencial que tem, não foi só turismo, fomos pra viver a realidade de um país. Lá, você vive na pele a outra realidade. E agora tenho amigos pelo brasil todo e até de outros países. São muitas aventuras vividas.

Para finalizar, a Giseli nos passou uma linda carta, escrita por ela no momento em que viveu isso tudo. Vale a pena conferir:
Queria passar a virada lá então fui dia 30 de dezembro de 2014, escolhi Lima – Peru por ter uma história muito forte e ser uma cultura totalmente diferente da nossa, meu projeto foi com crianças, pois eu sabia que iria aprender muito com elas.
Foram os 52 dias mais intensos da minha vida, cada dia era uma descoberta, cada dia eu sentia que estava no lugar certo e que mundo é bem maior que o nosso quarto como diz aquela velha música, a cada sorriso, cada abraço das crianças meu coração tinha mais certeza de que o pouco é muito, que a felicidade pode estar em um copo de gelatina. Fiquei completamente apaixonada pelo povo peruano, por sua força, sua história, os diversos lugares que conheci, da neve ao deserto.
Conhecia pessoas maravilhosas de uma energia incrível, conquistei amigos que tenho até hoje, amigos da Argentina, Colômbia e de várias partes do Brasil, principalmente o nordeste que tem uma cultura diferente aqui do Sul do Brasil.
O que mais me encantou foi aquele povo simples e forte que encontrei, da forma como levam a vida, do orgulho que todos tem em serem peruanos, de saberem a sua história, suas raízes. Sinto falta daqueles dias em que mesmo cansados saímos para comemorar a vida, para comemorar aquele momento que sabíamos que acabaria logo. Sinto falta das minhas crianças, de falar e ouvir espanhol, sinto falta daqueles dias em que céu era o limite para todos nós, daquela energia que encontrei no Peru.
Uma dica que eu daria é: permita-se a conhecer outra cultura, outras pessoas, permita-se a se descobrir como pessoa .. e o intercâmbio social é uma das melhores formas, e aproveitar ao máximo toda esta experiência que foi com certeza a melhor da minha vida!
Quando estava no aeroporto, Flor, uma peruano a qual fiquei muito amiga me deu uma carta para ler no avião e lá dizia: “La vida es uma! Vívila intensamente. Se alegre, nunca dejes que nadie te lastime. Nunca se sabe lo que puede suceder mañana a sí que se hace , baile, sueñe. E esta mensagem levo comigo todos os dias e é o que deixo também para os outros. A vida é muito curta para ter medo de realizar nossos sonhos, abrir nossas assas voar para algum lugar e impactar positivamente vidas.”
Hoje eu sei que quero viver e morrer por coisas maiores. Um dia eu volto para oPeru, um dia volto a ver todas as pessoas que tem meu coração.
Veja também:
Oi, fico muito feliz em descobrir pessoas como você no mundo de hoje. Adorei um pouco do seu relato sobre sua experiência no intercâmbio e gostaria de estabelecer contato pois sou estudante de direito e me interessado pelo assunto políticas sociais. Adoraria e tenho disponibilidade de me afastar do serviço para um mês de intercâmbio solidário. Um grande abraço e espero retorno
Olá João, tudo bem?
Se quiser nos enviar sua dúvidas, podemos repassá-las para a Giseli! Ou podemos respondê-las também!
Obrigada pelo seu comentário, segue nosso email para contato: contato@goalong.com.br
Abraços!
Olá, gostei muito do seu relato e sempre tive interesse em fazer intercâmbio voluntário. Vc pode me passar informações de como conseguir?
Olá Elzilene, tudo bem??
Você pode fazer por agências, como AIESEC (se for estudante), STB, CI, ou pode fazer tudo por conta própria falando com ONGs que gostaria de trabalhar. Veja todas as entrevistas que já fizemos sobre trabalho voluntário que você pode encontrar alguma que goste. Segue o link: http://www.goalong.com.br/category/quemjafoi/trabalhovoluntario/
Se tiver mais alguma pergunta, estamos disposição!
Abraçosg
Sei exatamente do que está falando. Me identifiquei muito com o texto. Estava no Peru nessa mesma época, fazendo voluntariado pela AIESEC também. Sinto uma enorme saudade de lá, e dos amigos que fiz, pretendo voltar também!
Oi Hanna!
Você teria uma noção de quanto custa o turismo por lá?
Att,
Alexia
Ei Alexia! Fala comigo no face!
Olá,
Gostaria do contato da Giseli para tirar algumas dúvidas acerca da viagem para o Peru… Basicamente sobre custos e afins…
Aguardo!!
Att,
Alexia
Olá Alexia, tudo bem?
Se quiser pode nos mandar as perguntas por aqui que reenviamos para ela.
Abraços!
Olá!
Estarei indo ao Peru final do ano e gostaria muito de passar um dia com essas crianças, poderiam me passar o contato?
Não vou ficar muitos dias em Cusco, mas se eu puder ficar um dia voluntariando já seria uma experiÊncia incrível.
Olá Franciele, tudo bem?? Quem pode conseguir isso para você é a própria Aiesec.Existe um processo para aceitação e organização com as ONGs em questão que é responsabilidade deles.
Você encontra o link de acesso a Aiesec na própria matéria.
Abraços
Oi,Eu Sou membro da AIESEC e gostaria de saber Mais sobre a experiencia no Peru pois estarei indo em janeiro e Acredito que seja o mesmo projeto.
Olá Thayse, tudo bem?
Mande um email com suas dúvidas para o nosso email: contato@goalong.com.br
Abs
Bom dia, minha filha está indo para o Peru pela aiesec, gostaria de saber sobre custos. Você poderia me informar uma previsão?
Bom dia, minha filha está indo para o Peru também pela aiesec, você poderia me dar uma previsão de custos?